Por Ernesto Berg
Autoestima é a capacidade que uma pessoa tem de confiar em si própria, de valorizar-se, de amar-se, de sentir-se capaz de enfrentar os desafios da vida. Autoestima e autoconfiança são irmãs gêmeas e andam sempre juntas. Não é algo com as quais as pessoas já nascem. Elas resultam de uma combinação de três fatores principais:
1. Habilidades aprendidas: autoestima - assim com a autoconfiança - é uma combinação de habilidades e competências adquiridas ao longo da vida. Ela pode ser aprendida.
2. Prática: Pode parecer estranho, mas mesmo que ela dê a impressão de ser algo espontâneo, a autoestima principia e se desenvolve através da prática contínua. Trata-se de atitudes e comportamentos que vão se cristalizando ano a ano até transformarem-se, mais tarde, em hábitos naturais e inconscientes de quem as pratica.
3. Foco interno: É o principal dos três fatores. Autoestima e autoconfiança resultam do que os psicólogos chamam de foco interno de controle, ou seja, o ponto central do indivíduo. Significa que pessoas que se autodirecionam e responsabilizam-se por suas escolhas e decisões, têm maior autoconfiança e maior autoestima por estarem centradas e alicerçadas em sólidos valores e princípios pessoais de vida. Esse foco interno faz com que você procure conviver com pessoas idênticas ao seu modo positivo de ser e pensar.
Por esse motivo é muito fácil se dar bem com pessoas de elevada autoestima, pois são, habitualmente, pessoas simpáticas, generosas, abertas ao diálogo e dispostas a ouvir e apoiar os outros. Quando cometem um erro admitem o erro e não se sentem ofendidas quando criticadas ou censuradas, pois têm amor-próprio em abundância. Muitos confundem autoestima com egocentrismo ou egoísmo. O egoísta é centrado em si mesmo e em suas próprias necessidades, enquanto que a pessoa de elevada autoestima ama e respeita a si própria, por isso sabe que os outros merecem igual respeito e têm o mesmo direito de serem felizes e realizados. Outros confundem autoestima com autoarrogância e autossuficiência, acreditando que impondo-se aos outros, ou exibindo-se, estão sendo respeitados e admirados. Na realidade, pessoas que têm autoestima são, por natureza, indivíduos humildes, prestativos, realizadores, mas nada têm de arrogantes ou de pretensa autossuficiência. Elas sabem que dependem dos outros, tanto quanto os outros dependem dela. Pessoas que se julgam autossuficientes deveriam fazer a experiência de passar um mês isoladas no Pólo Sul, ou em algum longínquo e tórrido deserto, para ver se sobreviveriam sozinhas.
A fórmula da baixa autoestima
Quando alguém sofre de baixa autoestima tudo parece ser mais difícil. Um simples olhar ou uma palavra grosseira ofende e afeta a pessoa. Ela é hipersensível e até uma simples e inocente observação ela interpreta como sendo uma “indireta”, ou algo com duplo sentido. Pessoas de baixa autoestima podem tornar-se muito reservadas e retraídas, ou então - ao contrário -, podem adotar comportamentos de arrogância e ser briguentas, pois é a forma que encontram de se protegerem e suprir o sentimento de inferioridade.
Existe uma fórmula que define o estado da baixa autoestima: BA=PD. Isto é, Baixa Autoestima (BA) equivale a Problemas e Dificuldades (PD). Se você tem diante de si uma pessoa insegura e amedrontada, ou um indivíduo arrogante e mal educado que quer rebaixá-lo e impor-se a você, tem na verdade, alguém com muito baixo conceito de si mesmo. Se você for enfrentar o arrogante ou briguento só vai piorar as coisas, porque ele está extravasando desesperadamente sua necessidade de sentir-se importante, ao mesmo tempo que esconde seu medo e sentimento de insegurança. A melhor estratégia, neste caso, é lembrar-se da fórmula BA=PD, porque o indivíduo sofre de baixa autoestima e está expressando apenas seu estado de confusão interno, e você não precisa agravar o problema dele desprezando-o ainda mais. Respostas agressivas ou sarcásticas de sua parte só irão agravar a situação. Você não precisa apresentar argumentos arrasadores só para confrontá-lo ou humilhá-lo.
O que fazer então? Vejas as 5 dicas
1. Aplique a fórmula da autoestima positiva
O antídoto é: AAP=RFC. Isto é, Aumentar a Autoestima da Pessoa equivale a Resposta Favorável e Colaborativa.
Basta manter uma postura de tranquilidade e respeito pelo interlocutor e, com calma, procure saber a causa da desavença, sem atitudes agressivas ou de censura. A tranquilidade e demonstração de respeito desarmam atitudes agressivas e desanuviam o ambiente. Discussões e argumentos não mudam a pessoa se ela estiver chateada, depressiva ou irritada. Para que haja entendimento entre as duas partes, é preciso que você alcance o coração e a mente do outro, ao mesmo tempo. Respeite a opinião da outra pessoa e considere que ela também pode estar certa, pela ótica dela.
2. Auxilie a pessoa a aumentar sua autoestima
Alimente a autoestima da pessoa e ela se tornará mais afável, colaborativa e cordial, porque o ser humano age favoravelmente quando sente seu ego respeitado e valorizado. Procure dar às pessoas uma razão para enaltecer seu amor-próprio e terá aplicado o segredo da reciprocidade e do bom relacionamento. Quando você expressa respeito e admiração pelo outro, ele também passará a sentir o mesmo por você. Se você fizer alguma gentileza a alguém – por pequena que seja -, ele também irá querer retribuir, porque sente-se feliz em poder fazê-lo. A chave para elevar a autoestima dos outros é, simplesmente, fazê-los sentir-se importantes - não da maneira bajuladora ou falsa -, mas com sinceridade e de boa-fé. Tudo o que você fizer para que a pessoa sinta-se valorizada e respeitada impulsiona automaticamente a autoestima dela.
3. Pergunte a opinião
Há um ditado indiano que diz: ”Se você quer que a pessoa compre a fotografia, certifique-se de que ela está no retrato.” Poucas coisas ajudam mais a elevar a autoestima – ou mantê-la – do que perguntar a opinião da pessoa sobre determinado assunto ou problema. Todos gostam de saber que foram inquiridos e que suas opiniões foram levadas em consideração. “Qual a sua opinião sobre...” são cinco palavras poderosas que envolvem as pessoas na questão e pedem que elas contribuam com ideias e sugestões. Não importa o nível social ou o status do indivíduo, todos contribuirão de boa vontade. Procure a opinião de uma pessoa atarefada e ela interromperá o que está fazendo para dar sua opinião. Procure a opinião de um empresário, de um líder ou de um ministro, e todos ficarão contentes de falar com você sobre o assunto. Falo de experiência própria, pois fiz isso muitas vezes e tive acesso fácil a pessoas que, habitualmente, eram quase inacessíveis. Pedir opinião dá à pessoa a sensação de consagração e importância.
4. Suas atitudes alavancam o relacionamento
Toda pessoa com quem você fala carrega um peso nas costas. É o peso de suas responsabilidades, dificuldades e problemas. Este peso também existe quando se trata da autoconfiança e autoestima. Praticamente todos nós crescemos com algum sentimento de inferioridade em alguma área da nossa vida, e ao longo da nossa existência é importante para nós sermos elogiados e reconhecidos pelos outros. Fato é que, mesmo que uma pessoa seja muito bem-sucedida e vitoriosa, ela sempre continuará necessitando de reforços em sua autoimagem positiva. Os indivíduos mais felizes e realizados são os que fazem as outras pessoas sentir-se bem consigo mesmas, quando na presença deles. Quando você passa pela vida elevando a autoestima de outros, estará alavancando seu relacionamento com as pessoas, e elas tentarão retribuir-lhe de formas que você nem imagina, porque sua presença – isto é, suas atitudes e conduta - faz bem a elas.
5. Conhecendo as pessoas
Grande parte dos males, dificuldades e problemas que afligem o mundo é causado por pessoas infelizes. E se você mesmo for infeliz e frustrado estará – consciente ou inconscientemente – causando problemas e dificuldades, não apenas para si mesmo, mas também aos outros. Quando você está em paz e em boas relações consigo mesmo, está em paz e em boas relações com os outros. A chave das relações humanas consiste em conhecer o mais que pudermos sobre a natureza humana da forma como ela realmente é, e não como pensamos ou gostaríamos que fosse, porque somente quando entendemos o que estamos enfrentando é que temos as condições apropriadas de enfrentá-lo com sucesso. Fazendo isso estaremos trabalhando a favor da natureza humana e não contra ela. As pessoas que sempre querem que seus princípios, valores e opiniões prevaleçam, que não ouvem ou não aceitam pontos de vista contrários, que se mostram arrogantes e vaidosas, são indivíduos que estão “cheios de si mesmos”, abarrotados e encantados com suas próprias opiniões. Elas não dão espaço para o aprendizado e a humildade, pois revelam desconhecer os mais simples e elementares princípios da natureza humana e o que motiva as pessoas a agirem.
Texto extraído e condensado do livro O Livro das Relações Humanas – Seu Manual para Obter Sucesso com as Pessoas, de Ernesto Berg, Juruá Editora. Para acessar o conteúdo ou adquirir o livro visite o site www.quebrandobarreiras.com.br seção de LIVROS, ou acesse aqui.
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Ernesto Berg
Consultor de empresas, professor, palestrante, articulista, autor de 15 livros, especialista em desenvolvimento organizacional, negociação, gestão do tempo, criatividade na tomada de decisão, administração de conflitos. Graduado em Administração e Sociologia, Pós-graduado em Administração pela FVG de Brasília. Foi executivo do Serpro em Brasília por 10 anos e consultor Senior da Alexander Proudfoot Company de São Paulo.
Consultor de empresas, professor, palestrante, articulista, autor de 15 livros, especialista em desenvolvimento organizacional, negociação, gestão do tempo, criatividade na tomada de decisão, administração de conflitos. Graduado em Administração e Sociologia, Pós-graduado em Administração pela FVG de Brasília. Foi executivo do Serpro em Brasília por 10 anos e consultor Senior da Alexander Proudfoot Company de São Paulo.
Editor do site www.quebrandobarreiras.com.br , voltado para a área de recursos humanos, administração e negócios. Email: berg@quebrandobarreiras.com.br
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